Uma das coisas que mais tira a nossa paz na vida cristã é a indecisão. Na verdade, é muito comum a gente se deparar com encruzilhadas, sem saber se deve ir pelo caminho A, pelo caminho B, ou se deve ficar parado, o que é um grande problema.
Por isso, todas essas questões, muitas vezes, acabam roubando o nosso sossego.
Você já se sentiu assim? Por exemplo, quando estou em momentos de muita incerteza, eu perco o sono e fico ansioso, e essa é uma situação horrível.
Além disso, aquele problema fica remoendo na minha cabeça, o que é um desgaste constante. Pior ainda, é comum eu acabar tomando a decisão errada na pressão do momento, e só percebo o estrago depois que ele está feito, trazendo vários problemas.
Como sei que este não é um problema só meu – na verdade, todas as pessoas que eu já aconselhei na igreja passam por isso –, eu decidi fazer este guia. Portanto, o meu propósito aqui é te ajudar a entender quais são as melhores disciplinas espirituais que você pode praticar.
Assim, você vai conseguir acalmar a mente, pensar com clareza e chegar, de fato, nas melhores decisões possíveis para a sua vida. Queremos, afinal, um direcionamento espiritual sólido do Espírito Santo.
Então, vamos juntos buscar compreender um pouco mais as disciplinas espirituais que nos ajudam a ter clareza.
- Por Que Praticar Disciplinas Espirituais e Como Elas te Dão Paz?
- A Urgência em Aplicar as Melhores Disciplinas Espirituais no Mundo de Hoje
- Como o Jejum e a Solitude Te Ajudam a Ouvir o Espírito Santo
- Os Principais Erros ao Buscar Direção: Foco no "Eu" e a Oração de Barganha
- Escrituras Essenciais para o Estudo das Melhores Disciplinas Espirituais
- Guia Rápido: 5 Passos Para Usar as Melhores Disciplinas Espirituais e Tomar Decisões Sábias
- Conclusão
Por Que Praticar Disciplinas Espirituais e Como Elas te Dão Paz?
Tomar decisões, convenhamos, é uma coisa complicada. Por isso, é muito difícil para a maioria de nós ter clareza. A verdade é que ficamos com tanto medo e tão pressionados que, na maioria das vezes, acabamos indo pelos caminhos mais estranhos e errados que existem.
E é justamente aí que mora o perigo, porque somos levados pelas emoções, pouco pela razão e muito menos pelo lado espiritual, e as consequências são claras.
Com o coração acelerado, a gente vai metendo os pés pelas mãos, e as coisas acabam saindo totalmente do nosso controle. Mas, afinal, como podemos mudar esse cenário de estresse e erro?
A. Definindo as Disciplinas Espirituais
As melhores disciplinas espirituais são, basicamente, práticas intencionais que fazemos para nos conectar com Deus e, consequentemente, com o Espírito Santo. Elas não são rituais vazios, e sim hábitos que treinam o nosso corpo e a nossa alma para estarem sensíveis à voz de Deus.
Além disso, a prática dessas disciplinas tem um efeito direto na nossa mente e nas nossas emoções, o que é fundamental para a tomada de boas decisões.
B. O Segredo da Paz em Meio à Indecisão
Quando estamos em dúvida, o grande desafio é o barulho interno: a ansiedade grita, o medo sussurra, e a nossa vontade carnal faz o maior alvoroço. O Espírito Santo, por outro lado, geralmente fala em voz mansa e suave, o que é um contraste total com o mundo.
É por isso que as disciplinas espirituais trazem paz: elas aquietam o barulho para que você possa ouvir. Por exemplo, a oração, que é a primeira disciplina que vamos aprofundar, não é apenas um ato de pedir, mas um ato de rendição. Quando você se coloca vulnerável diante de Deus, você está dizendo: “Eu não consigo, mas Tu és suficiente.”
Essa entrega, na verdade, já é o primeiro passo para a paz, porque você transfere a carga da indecisão para Aquele que tem todo o controle.
C. Clareza pelo Filtro Espiritual
A meditação e a solitude, que veremos mais adiante, trabalham para recentrar nossas emoções em Deus. Pense nisso: se a sua alma está agitada, o seu discernimento estará comprometido.
Contudo, se você se aquieta e foca nas verdades bíblicas, o medo diminui e a clareza aparece, porque você passa a enxergar as situações não pelo seu filtro emocional, mas pelo filtro espiritual, o que muda tudo.
A Urgência em Aplicar as Melhores Disciplinas Espirituais no Mundo de Hoje
Hoje, vivemos em um mundo que nos força a tomar decisões a todo instante. Na verdade, é uma sobrecarga contínua, desde o que vamos comer até qual carreira seguir ou qual investimento fazer.
O problema disso, segundo a ciência e a experiência, é a chamada “fadiga de decisão”.
Portanto, a mente moderna está sempre cansada, e decisões tomadas sob fadiga são quase sempre ruins, o que é um fato. No contexto cristão, essa fadiga nos afasta da direção de Deus e nos leva a agir puramente na emoção e na pressão, o que é um erro.
Treinando a “Antena Espiritual”
Por isso, a relevância de praticar as melhores disciplinas espirituais se torna uma questão de sobrevivência espiritual. Como eu já falei, muitas pessoas me procuram na igreja com a mesma dúvida: “Eu sei os princípios para tomar decisões, mas como eu entendo a voz do Espírito Santo?”. Essa é a pergunta chave.
A resposta é simples: o Espírito Santo fala, mas para ouvi-Lo, você precisa treinar a sua “antena espiritual”, e as disciplinas são esse treinamento. O mundo, por exemplo, valoriza a autossuficiência e o “coração forte”, mas a Bíblia valoriza a vulnerabilidade e a dependência de Deus.
Proteção Contra o “Eu”
Além disso, as disciplinas espirituais nos protegem contra o “eu” — o ego inflado que sempre quer o seu próprio caminho, o que é um dos maiores perigos. Quando estamos indecisos, o caminho mais rápido costuma ser o mais egoísta, mas nem sempre é o melhor para o Reino de Deus.
O livro de Provérbios, por exemplo, nos alerta várias vezes sobre a tolice de confiar apenas no nosso próprio entendimento.
Foco no Reino e na Edificação
Portanto, as melhores disciplinas espirituais nos forçam a sair do foco no nosso desejo e a nos concentrar no desejo de Deus e no impacto que a nossa decisão terá na vida do próximo e na glória d’Ele. Se você se isola e não pratica a oração com arrependimento e compaixão (como veremos), a sua decisão será inevitavelmente centrada em você.
O Espírito Santo, no entanto, sempre nos direciona para o caminho do amor e da edificação. Portanto, o uso dessas práticas hoje não é uma opção; é uma urgência para quem deseja viver o evangelho de verdade, com intensidade e com propósito, e elas te dão a clareza que o barulho do mundo tenta roubar.
Como o Jejum e a Solitude Te Ajudam a Ouvir o Espírito Santo
O Espírito Santo nos direciona de diversas maneiras, e duas das práticas mais poderosas para afinar essa escuta são o Jejum e a Solitude.
Ambas as melhores disciplinas espirituais trabalham de forma complementar para remover os ruídos internos e externos, o que é um grande passo para a clareza.
Jejum: O Alimento do Espírito
O Jejum, por exemplo, não é simplesmente ficar sem comer. Não é isso, e esse é um grande erro. O jejum é um desejo profundo e sincero de parar de alimentar o nosso corpo e, consequentemente, parar de focar em nós, para focar nas coisas que vêm do alto. O que acontece é que, quando você sente fome física, essa sensação se torna um lembrete para você alimentar o seu espírito.
O tempo que você gastaria cozinhando ou comendo, você usa para orar, meditar ou louvar, e essa é a verdadeira essência. Quando você alimenta o espírito dessa maneira, você se conecta muito, mas muito mais com o Espírito Santo.
Em momentos de grandes decisões, aquelas que vão impactar a sua vida e a de outras pessoas, o jejum é uma disciplina muito poderosa. Ele nos ajuda a quebrar a nossa teimosia carnal e a abrir o nosso coração para a vontade de Deus.
Solitude: Encontrando Deus no Silêncio
Já a disciplina da Solitude (e do Silêncio) nos ajuda a aquietar de um jeito diferente. Muitas vezes, estamos com tanto barulho na mente, na nossa rotina e nas coisas que fazemos que simplesmente não conseguimos enxergar Deus agindo.
A Solitude, por outro lado, é um momento intencional de ficar em silêncio, buscando enxergar Deus nas pequenas coisas que estão ao nosso redor.
Ela nos ajuda a nos conectar com Deus justamente nas coisas que muitas vezes passam despercebidas. É quando a gente para para prestar atenção que a ação de Deus se revela. Se muitas ações de Deus estão indo para um determinado caminho na sua vida – o que só o silêncio revela –, isso te ajuda a ir com mais segurança nessa direção.
Portanto, você precisa ter esse momento de silêncio, esse momento de Solitude, buscando compreender as direções de Deus, meditando sobre isso e orando.
É assim que a gente vai construindo as nossas decisões com base em um terreno firme, o que nos dá muita segurança e paz. Essas são, sem dúvida, algumas das melhores disciplinas espirituais para acalmar a mente e ouvir a voz de Deus.
Os Principais Erros ao Buscar Direção: Foco no “Eu” e a Oração de Barganha
Quando estamos em dúvida, a gente tende a cometer erros clássicos que sabotam a nossa conexão com o Espírito Santo. O primeiro grande erro é a Oração Egoísta ou de Barganha.
A maioria das nossas orações, na verdade, é muito focada em nós, no nosso problema ou na nossa necessidade.
Nós chegamos diante de Deus e falamos: “Deus, eu quero A, ou eu quero B. Eu tenho esse sonho, eu estou com esse problema, então, resolve aí para mim, por favor.”
Embora nem sempre falemos dessa maneira, o nosso coração está nessa sintonia: fazendo petições baseadas no nosso problema e muito focadas no “eu”, o que não é o ideal.
A Oração Vulnerável e a Aliança com Deus
A grande questão, e a correção que precisamos fazer, é buscar uma Oração Vulnerável que Foca no Reino de Deus. O nosso coração precisa estar correto diante de Deus, especialmente quando estamos em dúvida sobre o que devemos ou não fazer.
O que eu estou querendo dizer com isso, é que não é sobre barganhar com Deus, mas sim sobre alinhamento.
O escritor Tim Keller, por exemplo, fala muito sobre isso: que uma oração que busca o direcionamento espiritual para a nossa vida precisa passar por três pontos centrais. Primeiramente, ela busca o Arrependimento, o que é essencial.
Os Três Pilares da Oração Centrada no Reino
Quando você olha para as orações de Jesus e dos Apóstolos (como em Atos 4), toda oração vulnerável começa com uma súplica por graça, confessando os pecados e nos humilhando.
O ponto central é: “Eu não quero que seja feita a minha vontade; eu quero me arrepender da minha vontade carnal.”
Em segundo lugar, essa oração precisa ter Compaixão. Muitas vezes, quando estamos em dúvida, estamos pensando tanto no “eu” que esquecemos do próximo, o que é um erro.
Às vezes, aquilo que a gente quer muito pode prejudicar outra pessoa. Por isso, precisamos de sabedoria para pedir a Deus: “Deus, me ajude a entender o todo, me ajude a fazer algo que vai glorificar o Senhor.”
É o mesmo sentimento de Jesus no Getsêmani: “Afasta de mim esse cálice, mas que não seja feita a minha vontade, e sim a Tua.”
O mais importante é que o nome de Deus seja glorificado, e nem sempre a minha dúvida ou o meu desejo vai ser o melhor para o Reino de Deus.
Por fim, precisamos da Conexão, que é o anseio por ver a face de Deus e vislumbrar a Sua glória. A gente encerra a oração pedindo essa conexão íntima com Deus, para que Ele nos guie de fato no caminho correto.
Assim, quando a gente ora com vulnerabilidade e centrado no Reino, nosso coração está muito mais conectado à vontade do Espírito Santo, o que é a chave para a paz na hora de decidir.
Escrituras Essenciais para o Estudo das Melhores Disciplinas Espirituais
A nossa fé tem a Bíblia como seu alicerce, e por isso, aprofundar o nosso estudo nas melhores disciplinas espirituais requer que a gente mergulhe em passagens que dão base a essas práticas. Estudar as Escrituras não é só ler, é meditar, é buscar a aplicação na vida. É justamente nesse mergulho que a gente encontra a força e o modelo para tomar boas decisões.
Oração e a Busca pelo Reino (Mateus 6:33; Lucas 11:1)
Jesus ensinou os discípulos a orar, e a oração do Pai Nosso (em Mateus 6:9-13) é o modelo de oração centrada no Reino que discutimos.
Mateus 6:33 (NVI) nos diz: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” A oração, como disciplina, nos alinha com essa prioridade. Quando oramos, estamos dizendo que o Reino é mais importante que o nosso problema.
Além disso, Lucas 11:1 mostra o pedido direto: “Senhor, ensina-nos a orar.” Isso nos lembra que a oração não é um talento natural, é uma disciplina que deve ser aprendida e praticada.
Meditação e a Mente Acalmada (Salmo 1:2)
Enquanto a meditação oriental busca o esvaziamento da mente, a meditação cristã busca o preenchimento com a Palavra de Deus, o que é uma diferença fundamental.
Salmo 1:2 (NVI) afirma que o homem feliz é aquele “cuja satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite.”
Meditar não é só ler um versículo, é refletir profundamente sobre ele, mastigar a Palavra, buscar o que Deus quer falar por meio daquela mensagem.
A nossa mente está cheia de ansiedade e problemas, e a meditação nos ajuda a aquietar a alma e a lembrar das verdades espirituais. E quando a gente aquieta a mente e descansa em Deus, conseguimos ter muito mais clareza sobre o caminho a seguir.
Se você quer saber mais sobre a meditação cristã confira esse post do nosso blog: 5 Razões Que Você Deve Praticar a Meditação Cristã
Solitude e o Exemplo de Jesus (Marcos 1:35)
Jesus, nosso maior exemplo, praticava a solitude de forma consistente. Marcos 1:35 (NVI) narra: “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi a um lugar deserto, onde ficou orando.” Ele fazia isso para se conectar com o Pai, para recarregar as energias e para ter clareza sobre Sua missão.
Essa disciplina é crucial para o nosso amadurecimento de fé, e nos ajuda a ver Deus agindo nas pequenas coisas, o que muitas vezes passa despercebido no meio da correria.
Se Jesus, sendo Deus, precisava da solitude, imagine nós, que somos limitados.
Guia Rápido: 5 Passos Para Usar as Melhores Disciplinas Espirituais e Tomar Decisões Sábias
As melhores disciplinas espirituais não são práticas isoladas; elas trabalham juntas para formar um ambiente de clareza na sua vida. Se você aplicar este guia prático, eu tenho certeza que você vai ver muitos frutos bons na sua capacidade de tomar decisões.
1 Passo: Oração de Vulnerabilidade e Reino
- Arrependimento e Rendição: Comece confessando a Deus a sua vontade e os seus medos. Peça a Ele para remover o seu desejo carnal, aquela vontade que é só sua, e que está te atrapalhando, o que é essencial.
- Compaixão e Petição: Ore para que a sua decisão glorifique o nome de Deus e beneficie a comunidade. Somente depois, apresente o seu pedido com a maior clareza e objetividade possível, o que é um ato de fé.
2 Passo: Meditação e o Aquietar da Mente
- Foco na Verdade: Escolha uma Escritura que fale sobre a fidelidade, a paz ou a soberania de Deus (como Filipenses 4:6-7).
- Reflexão Profunda: Pare e reflita sobre o que essa verdade significa para o seu problema atual. A meditação nos preenche e nos ajuda a acalmar a mente, o que é vital para um bom discernimento.
3 Passo: Solitude para Enxergar Deus
- Desconexão Intencional: Deixe o celular de lado e encontre um lugar quieto. A solitude não é isolamento, mas sim um momento para você ficar em silêncio e buscar enxergar Deus agindo.
- Observação: Preste atenção na ação de Deus nas pequenas coisas ao seu redor. Isso te conforta e te dá segurança, e te ajuda a ver o todo com mais clareza.
4 Passo: Jejum para Dependência
- Abstinenção com Propósito: Se for uma grande decisão, separe um tempo de jejum. Não foque na comida que está faltando, mas use a fome como um lembrete para orar e se encher do Espírito Santo.
- Fortalecimento: O jejum quebra a nossa vontade e nos conecta demais com o Espírito Santo.
5 Passo: Conselhos na Multidão de Sábios
- Busque a Comunidade: Hoje em dia, a gente está muito acostumado a fazer tudo pensando em nós, sem ter um direcionamento claro das pessoas ao nosso redor, e isso é um perigo.
- Procure Sábios: Peça conselhos a irmãos e irmãs que possuem o Espírito Santo. Lembre-se, na multidão de conselhos, há segurança e sabedoria, o que nos protege de tomar decisões impulsivas sobre casa, namoro, carro, ou qualquer coisa que impacte a nossa fé.
Conclusão
As melhores disciplinas espirituais são a sua ponte entre a ansiedade e a paz. Vimos que tomar decisões é complicado, mas a indecisão não precisa tirar a sua paz, porque Deus já nos deu as ferramentas necessárias. O Espírito Santo está pronto para te guiar, mas você precisa criar um ambiente de escuta.
A chave está em praticar a oração com arrependimento e compaixão, em usar a meditação e a solitude para aquietar a mente, e em fortalecer o espírito com o jejum. Lembre-se, se a gente não pede conselhos, a gente vai estar caminhando por locais que podem ser muito ruins para a nossa vida.
Eu tenho certeza que se você praticar essas disciplinas, você vai tomar muitas boas decisões, direcionado pelo Espírito e abençoado pelas pessoas ao seu redor, e você verá muitos frutos bons disso tudo.
Eu espero que este guia tenha te ajudado. E, claro, deixa aqui nos comentários: qual disciplina espiritual você mais pratica para tomar boas decisões? Vamos ajudar uns aos outros nessa jornada de fé!


